Bem, eu continuei lendo o livro "eu sou o mensageiro" do Markus Zusak... E adorei essa passagem:
"Agora, devo dizer. Numa hora dessas é bem útil ter amigos imaturos. Eles dão idéias de como espalhar bem rapidinho sobre alguma coisa que a gente quer fazer. Sem estresses com cartazes. Sem estresse com anúncio no jornal. O cara percebe que só tem uma resposta verdadeira. [...]"
(p.138)
Tipo, o bom dos amigos imaturos ou não é que eles sempre nos dão idéias, sempre estão lá conosco e aí... ele continua...
"A gente corre, ri, e este momento é tão denso e especial que me dá vontade de me entregar e mergulhar de cabeça na emoção, esquecer de tudo. Adoro as gargalhadas desta madrugada. Nossos pés batem nos traseiros de tanto correr, e não quero que isso pare. Quero correr e rir assim pra sempre. Quero evitar qualquer momento de sem-gracice quando o diabo da realidade enfiar o tridente na nossa carne, nos deixando ali parados, juntos, com cara de manés. Quero ficar aqui neste momento e nunca ir a outros lugares, onde a gente não sabe o que dizer nem o que fazer. Por enquanto, deixem a gente correr em paz. A gente corre direto pela madrugada na maior gargalhada"
(p. 139)
É nesses momentos de imaturidade, planejados ou não, que vemos nossas amizades. Sinto falta dos meus amigos, até de Dani, bagunçando, ou como diria minha psicóloga nos divertindo com responsabilidades... São momentos... Momentos de gargalhadas durante a madrugada, durante o dia, que faz com que a gente se sinta melhor. Li isso ontem a noite... enquanto chorava... por estar cansada demais... regime de silêncio é um saco... ser saco de pancada também...
Aí... os pensamentos continuam... assim como a leitura do livro... passado e presente se misturam... e encontro a passagem do romance que ainda não sei qual vai ser o fim do livro que diz:
"Ela conclui: - Você tá melhor.
É com estas palavras que vejo as coisas do ponto de vista da Audrey. Ela gostava quando eu era simplesmente Ed. Era mais seguro assim. Estável. Agora, ando mudando as coisas. Deixei minhas digitais no mundo, mesmo que pequenas, e isso mexeu no equilíbrio entre nós dois. Talvez ela tenha medo de eu não querê-la, já que não posso tê-la.
Assim.
Como éramos.
Ela não quer me amar, mas também não quer me perder.
Ela quer que a gente fique numa boa. Como antes.
Mas não existe mais garantia.
A gente vai ficar numa boa, tento prometer.
Tomara que eu esteja certo"
(p.207 e 208)
Estava conversando sobre algo parecido quarta-feira. Em um desses momentos darks de minha vida em que tudo começa a ser repensado. Lá está o popeye tirando onda da minha cara e me aguentando... sei lá, como... depois de tantos anos... E tipo eu não sei porque eu acho que nunca daria certo... Mas eu sei que ele me aguenta... Eu estou que nem a Audrey, eu preciso dele por perto. Mas eu não quero perdê-lo... Mas eu também não posso amá-lo do jeito que ele gostaria... ai que complicado... Por que eu precisava complicar tanto?
"Mais tarde, no sofá, eu pergunto:
- E você, o que tava fazendo enquanto eu tava lá na Rua Fantoche?
Vejo seus pensamentos girarem.
Ela está bêbada o bastante pra me dizer, pelo menos timidamente.
-Ah, você sabe... - ela responde envergonhada.
-Não sei, não - dou uma sacaneada.
- Eu estava lá em casa com o Simon e a gente... por umas horinhas.
-Umas horinhas.
Fico puto por dentro, mas disfarço.
- De onde você tirou força pra chegar até aqui?
- Não sei - ela admite. - Ele foi pra casa, e eu me senti vazia.
Porra, e então veio pra cá, penso, mas não sou um cara amargo. Não neste momento. Consigo ser racional e concluir que as coisas físicas não importam tanto. Audrey está precisando de mim agora, e, em nome dos velhos tempos, pra mim já é o bastante.
Ela me acorda um pouquinho depois. A gente ainda está no sofá. Na mesa, um pequeno exército de garrafas vazias. Elas estão ali feito platéia. Parecendo um grupo observando um acidente.
Audrey olha bem firme pra mim, se mexe um pouco, então faz uma pergunta.
-Você me odeia, Ed?
Ainda meio idiota, com o estômago borbulhando de tanto vodca, eu respondo. Bem sério.
-Odeio, sim - digo bem baixinho.
Os dois então quebram o silêncio caindo na gargalhada. Quando o silêncio retorna, rimos de novo. O riso rodopia na nossa frente, e não conseguimos mais ficar sérios.
Quando tudo se acalma, Audrey diz baixinho:
- Não tiro sua razão."
(p. 208 e 209)
Tive um diálogo parecido com esses há uns dois anos atrás. Ele disse que me odiava, ao me contar que tinha ficado com uma garota e que não conseguiria namorar a distância (uma amiga minha me chama de besta, mas tudo bem, eu acredito nele... Já fiz isso com ele, só não tive a coragem dele), eu disse que o amava... Bem sei lá... Sacanagem ou não, o difícil nessa história é saber quem sacaneia quem... O que acontece na verdade é que...
"-Obrigada, Ed - ela dá uma parada antes de falar novamente. - Sabe de uma coisa? Você é a pessoa que mais me conhece e que me trata melhor. Eu me sinto muito à vontade com você - ela se inclina bem de perto e me dá um beijo no rosto. - Obrigada por me agüentar"
(p. 211)
Ele já aprendeu a lidar com todas minhas loucuras e, mesmo afim de mim e tentando dizer "não, hoje em dia você é como uma irmã pra mim", ele me compreende e quando estavamos perto de acabar os namoros antigaços de 5 e 4 anos, tinhamos mais intimidade entre nós do que com nossos namorados(as), falavamos e comentavamos coisas que não falavamos com eles... foi assim durante os namoros antigaços... foi assim com os namoros mais recente... em matéria de comentar o que acontecia, eu sempre falei um pouco mais que ele... é super hiper reservado e aprendeu incrivelmente a se livrar de minhas perguntas, e olha que eu pergunto de mil e uma maneiras diferentes a mesma pergunta.
Dá última vez, ele me disse "só não perca sua vida com isso"... E depois, passou a me agradar... Sei lá, o que faço com ele... Eu gosto dele e não quero vê-lo longe, disso isso a ele... Pedi desculpas e perguntei se ele acreditava em mim por eu não ter conseguido dizer que estava com alguém a 8 anos atrás... Eu simplesmente, não conseguia, sabe? Hoje em dia, olho pra trás e penso que talvez fosse medo de pêrde-lo. É como disse o Ed, eu não posso amá-lo do jeito que ele gostaria, mas também não posso perdê-lo, isso existe?
E piorando, a situação... Sabe o que eu acho? Meu ex, vai ser igualzinho a ele... Ele vai passar um tempo me odiando, arretado, até amadurecer, como o Popeye... só que dessa vez eu não sacaneie com ninguém, eu não fiz nada errado... tudo bem, eu estava maluca, mas venhamos e convenhamos, eu não estava maluca por que queria... eu estava maluca porque, como diria a música de engenheiros...
"Segredos que não podia guardar,
e não conseguia contar"
E, tipo, ele não tinha estômago pra aguentar o que eu convivia a mais de 20 anos... Tipo, é o que eu tava dizendo ontem a alguém... acho que foi a Dani... é como se fosse a mão de uma doença... e onde ele tocasse... em vez do toque de Midas... as coisas adoeciam e morriam... Não sei como eu e meu irmão sobrevivemos...
"Uma criança num berço de ouro
E a ferrugem ao seu redor
Os muros da cidade falavam alto demais
Coisas que ela não podia mudar nem suportar
Ela quis voltar para casa
Cansou da violência que ninguém mais via
Viu milhões de fotografias e achou todas iguais"
Aí, bem, eu acho que é isso... e toda vez que eu e o Popoye entramos nesses papos cabeças, que só nós entendemos cheios de entrelinhas e viagens... cheios de planos e decepções... Perguntei a ele, não atrapalha? E ele disse que não... e aí, o que eu vou fazer? Se é o que ele diz, né? Eu só posso acreditar... Pedi também, quando pedi desculpas, que ele nunca mentisse pra mim, acho que de uma certa forma, ele é a única esperança que eu tenho no horror de homens que conheci. Ele é a esperança de que existem cavalheiros brancos e princípes encantados... Por mais que eu viva tirando onda dele e achando que as vezes ele me coloca num pedestal meio inacessível... Mas agora eu percebo... Talvez, tenha sido eu... Intocável... Um amor platônico... no final das contas... ele sabe disso... eu sei disso... talvez, seja que nem no livro de Gabriel Garcia Marquez, "O amor nos tempos do cólera", e daqui a 50 anos... Pena, que ele vai estar careca... Adoro um cara cabeludo...
Ai ai... as pessoas são interessantes... e a semana foi pra lá de chata... detesto ficar calada... ainda tenho vontade de matar meu pai e me pergunto como é mesmo?? cinco meses???
Parece que estou em contagem regressiva...
E lá vamos nós... Outro post completamente pirado... Alguém entendeu algo?? E por falar em alguém, kd Dani, hein???? Ai ai... Não sei mais o que fazer com essa criatura...
Beijos estalados no coração de todos...
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