Morte e luto...

A morte é assim, nos pega desprevinidos na maioria das vezes...

Ela vem de mansinho... Trás alívio pra uns e dor para outros... É tão complicado...

Sendo estudante de psicologia, tive que aprender que a morte está inserido em tudo... todos os dias perdemos algo... é o que chamamos de pequenas mortes... e algumas, é quando perdemos alguém e que nunca mais veremos, uma pessoa querida, um animal, uma planta... até mesmo um relacionamento.

Hoje, estou de luto. Visto-me de preto e verto lágrimas para aplacar a dor daquilo que fica quando algo some de nossas vidas... o vazio é tão doloroso e tão edificante que muitas vezes me deixa confusa.

Semana passada, estava eu chorando pela perda de um relacionamento... a sensação que eu fiquei na época e muitas vezes ainda hoje em dia é a mesma de quando algo querido meu morre, seja um animal de estimação, seja uma pessoa que eu tinha admiração, que me era próxima. Bem, hoje eu choro por minha tia-avó, nunca chamei ela de avó, mas sempre a chamei de tia, ela me viu crescer e eu lembro do seu marido que morreu há anos atrás, assim de como ela me tratava e do seu jeito... seu sorriso, sua brabeza, suas histórias sobre a minha avó e meu bisavô que eu nunca conheci... outro tipo de saudade... saudade de quem eu nunca conheci... por conta de suas mortes...

Quando nos deparamos com o vazio seja daquilo que você nunca conheceu ou daquilo que você conheceu e perdeu nos edifica, porque é em suas bordas que começamos a delimitar aquilo que somos ou que queremos ser.

Me lembro dela me dizer, da última vez que falei com ela pelo telefone, nem lembro mais se faz tempo ou não... "Aproveite a vida, namore bem muito antes de casar e, ache sempre caras melhores do que os últimos. Que não seja negro, por favor"; eram coisas assim, simples, um pouco preconceituosas, mas o que podemos pedir há uma pessoa de 85 anos, analfabeta, que morava sozinha e, viu toda a sua família morrer aos poucos, cuidando de todos eles quando adoeciam e depois morriam... Sua vida foi dificil? Talvez, mas ela gostava dela e era feliz. E ainda se preocupava em não deixar que aperriam-se meu pai, ela não queria que ele soubesse que ela estava doente, nem que a visse doente... Ela era danada! Divertida!

Vou sentir falta de visita-la... de sua casa austera... de suas histórias... Isso é a dor... o deparar-se com o vazio... o crescimento, vem com o que a gente aprende, quando a gente faz o balanço de tudo e aprendemos a nos modificar... a valorizar mais a vida... a frágil vida que temos... os laços frágeis e fortes que construímos ao longa de nossas vidas...

A morte sempre nos bate a porta pra dizer... Existe um lado que você não conhece, mas vai ter uma hora que vai conhecer, até lá, se preocupe com o que realmente importa, aprenda a amar e perdoar, aprenda a tirar o peso de suas costas e dividir, aprenda que a vida pode ser vivida de muitas maneiras, seja feliz, abrace aqueles que você ama, mesmo que eles não se sintam confortáveis, mas faça-os saber que você os ama.

Beijos suaves no coração de cada um de vocês.