segunda-feira, 7 de junho de 2010

As três (quatro) faces da mulher!


Vocês já devem ter percebido que eu não sou católica. Sou Wiccana. E na Wicca acreditamos no poder criador do Feminino, na Grande Mãe, que durante tantos séculos foi subjugado. É claro que também existe o poder Masculino, o Deus Cornífero, mas não é sobre isso que vamos tratar aqui hoje. Mas sim sobre os ciclos femininos. Sobre a Jornada feminina na descoberta do seu poder.


Bem, quais seriam as três faces da mulher? Já pensaram para pensar sobre isso?? Normalmente, só lembramos da mulher com o poder de criar e nutrir, a Grande Mãe. O aspecto maternal da Deusa, de nós mulheres, por muito tempo era a única forma que existia de se respeitar e acreditar no Poder do Feminino. Maria a Mãe de Jesus; Mãe a senhora da casa, que tudo resolve, agrada a todos e, cuida de todos, marido e filhos.

Não podiamos ser mulheres guerreiras, ou espertas e ligadas, sábias.... podíamos apenas cuidar dos outros. E então, perdemos, na maioria das vezes, o poder de cuidar de nós mesmas. É preciso na nossa jornada, no nosso início de vida adulta pensar um pouco sobre isso no aspecto donzela. A mulher que não precisa dar satisfação ou subjugar seu poder ao poder masculino, ao marido ou ao pai. É aquela que luta pelo que quer. Que mostra o seu poder e não tem medo dele, não tem medo de lutar, de correr, de guiar, de vencer. É a mulher jovem. Imatura, que inícia sua jornada de amadurecimento, aprendendo, errando, cuidando de si. Para só depois de aprender (quase) todos os seus limites e seus poderes, tornar-se aquela que cuida dos outros. Dessa não precisamos falar... Já sabemos bem demais o que é cuidar dos outros... E depois de cuidar. Depois de tanto experienciar, temos a sábia, a mulher velha. A senhora que dá conselhos a mulher jovem. Aquela que ensina, mostrando o caminho, pois, de tudo já viu e viveu e seu é o poder de ver adiante.




No entanto, existe uma face da Deusa, uma face nossa que está presente na Donzela, na Mãe e na Anciã, que só temos acesso via inconsciente. A face cruel e dolorosa. A face de nossa sombra. Onde nossos medos estão escondidos, onde nossos sentimentos mais terríveis se escondem. Onde aquilo que desejamos do fundo do coração e nem sabemos se esconde. A face em que o poder da Sabedoria se torna mais forte. Pois, é na escuridão que aprendemos a viver.

Você deve estar se perguntando, porque na escuridão? Quando enfrentamos aquilo que temos de pior. Quando nos olhamos nos espelhos e vemos aquilo que não queriamos ver. Aprendemos a reconhecer os nossos limites, nossas limitações e assim respeitar o nosso próprio ritmo. Conhecemos a força que não sabiamos que possuiamos; aprendemos a ver o que de fato nos conduz. E assim, podendo ver na escuridão, pois, ela não assustará mais já que você conhece os segredos que habitam nas sombras, você pode modelar e remodelar.

Para que algo possa ser construído, algo precisará ser destruído. Para nascer, você precisou quebrar a segurança do utéro e era necessário, você não caberia mais nele. Para ser criança e sobreviver você precisou lutar e aprender a andar e falar. Para ser Donzela, você precisou quebrar os conceitos que esperavam de você. Precisou se inovar e se reinventar. Lutar pelo que você quer. Se reconhecer como mulher. Para complementar o seu poder de criação, você precisou encarnar o mito da criação da luz. E então, você toma para si a função de criar dando à luz, para um ser perfeito como você. E então, você torna-se aquela que é sábia. Que conheceu os segredos da iniciação e da criação e agora, precisará encarna o aspecto da destruição.

Descer as sombras. Destruir a si mesma. Reconstruir-se. É um processo contínuo na jornada que temos na vida. Nesse momento de Lua Minguante a Lua Nova, tenho pensado muito nisso. Pois, ao destruir aquilo que penso que sou, eu posso me renovar e me curar daquilo que me feriu na jornada interior. Posso descobrir novos aspectos. E brincar com as cores do meu ser. Posso ser aquilo que eu quiser para reiniciar na Lua Crescente todo um novo ciclo de significados e significantes que marcam meu ser.

Somos mutáveis. Podemos mudar. Podemos inventar, criar, produzir, seduzir, viver... como diria Raul Seixas podemos ser uma Metamorfose Ambulante.

No momento, estou mais uma vez descendo as profundezas do meu ser para me encontrar com aquilo que eu não gostaria de ver, na minha busca para ser aquilo que gostaria de ser, preciso abdicar de tudo que pensei, para poder ver tudo aquilo que eu pensei saber e descobrir tudo aquilo que eu não sei, para mais uma vez me reeguer e resplandecer como única detentora do meu caminho e do saber de conduzir o meu reino: eu mesma, minha vida e meu destino.

Que assim seja e assim se faça!

Busquemos dentro de nós as respostas para nossas dúvidas e medos.


Beijos estalados na buchecha.

Ps.: As imagens foram retiradas de sites da internet ao passar dos anos, então, não sei mais de onde veio o quê. E reiventem-se com o poder do amor. Quando a fé estiver falhando AMEM!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Compartilhe conosco sua jornada. Vamos aprender juntos, que tal?